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O radialista, com mais de 25 anos de experiência, relembra sua trajetória e aponta quais são os planos para o futuro na carreira.
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Há mais de 25 anos no ar no rádio anitense, o radialista da Alegria FM, Nylcynho Mot@, é apaixonado pela área da comunicação e uma admirador da radiodifusão. Natural de Anita Garibaldi, onde cresceu com sua família, ele é filho de João Maria Mota, já falecido, e Ilza do Carmo Mota, e defende que o amor que sente pelo rádio e pela música foi um presente vindo de seus pais, por sempre ouvirem rádio. Com os irmãos, a infância de Nylcynho foi repleta de vivências que despertaram o seu talento pela locução.
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Ele estudou durante o período, concluindo o Ensino Médio no ano de 2000. Hoje, é formado em Processos Gerencias e continua realizando cursos na área de locução e jornalismo a fim de se aprimorar na área que atua, o radiojornalismo. É um dos apresentadores de um dos programas de rádio mais ouvidos da cidade, o “Bom Dia Comunidade” que vai ao ar em todas as manhãs na Rádio Comunitária Alegria FM de Anita Garibaldi (87,9FM).
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A voz do locutor ecoa nas ondas de rádio na cidade anitense e Região dos Lagos, além da internet para qualquer parte do mundo. Até se consolidar na área, ele relembra que enfrentou desafios, já que é um mercado bastante restrito. “No início conciliei com outras profissões”, desabafou.
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Em entrevista exclusiva ele contou ainda quais são suas ambições e planos para o futuro, tanto no rádio quanto na comunicação.
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Você é visto por muitas pessoas, que desejam trabalhar com a locução no rádio, como uma inspiração e uma referência. Isso se deve à consolidação de sua carreira nesse segmento na região. Como foi sua trajetória para chegar até aqui?
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Nylcynho – Primeiro, eu gostaria de dizer que estou bem feliz de receber a equipe aqui na Alegria FM. Vejo que valeu a pena todo o esforço que fiz até aqui, a ponto de ouvir palavras como essas sobre mim. No rádio é sempre como se fosse o primeiro dia. Todo dia eu me emociono, todo dia eu me entrego. E essa paixão começou por gostar de música, de pessoas e da comunicação. Eu fui apresentado para i rádio, por um grande amigo, que sempre me incentivou. Quem não conhece o Carmo Amorim? Claro que meus pais sempre me incentivaram, por eles gostarem também de ouvir rádio. Apesar do meu pai não estar mais entre nós, ele sempre tinha uma sensibilidade muito grande. E na infância, eu e meus irmãos, principalmente o Adilso, que é dois anos apenas mais novo que eu, ficávamos brincando, cantando e ouvindo música nos discos de vinil, ou “bolachão” como eles falavam, fitas, CDs e principalmente no rádio. Depois, eu tive acesso ao rádio, o 3 em 1. A gente colocava o vinil, tinha o rádio, o locutor e os apresentadores. Os outros dois irmãos (Ronaldo e Juliano) já alcançaram a fase final desse formato. (O 3 em 1 era um aparelho de som antigo que tocava o vinil, a fita cassete e o rádio).
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Há quanto tempo isso?
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Nylcynho – Eu tenho 42 anos e isso acontecia quando eu tinha 5, 6 anos de idade, ou seja, 35 anos atrás. Quando meu pai comprou e me deu de presente um som três em um, compramos um microfone e, a gente fazia apresentações, eu e meus irmãos. Então era pegar o microfone, colocar a fita cassete, todos falavam, apertava o REC e gravava.
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E isso tudo acontecia onde?
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Nylcynho – Eu sou de Anita Garibaldi. Nasci aqui mesmo. E tudo aconteceu aqui. Entrei pela primeira vez dentro de um estúdio de rádio no ano de 1998, quando era colocado no ar na cidade uma FM clandestina, sem nenhum tipo de autorização. Naquele glamour, e a gente tinha aquela vontade de ser um também, então, falei: “Gente, que máximo!”. Comecei meio de metido indo na rádio, sem me chamarem. Sempre tive facilidade de regulagem de som, e uma boa audição para a parte técnica, coisa que na época já ajudava muito eles. Passei a regular a rádio todos os dias, e eles percebiam que de fato eu deixava o som da rádio na perfeição para a s transmissões.
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Você tinha algum locutor em quem se inspirava?
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Nylcynho – Eu tenho uma história de amor com todos esses locutores de rádio que meus pais e eu ouvíamos nos anos 80 e 90, se eu falar um só, eu serei injusto. Tem muita gente bacana que passou por minha vida e hoje são meus colegas de profissão. Eu ouvia todas as rádios de que pegavam em nossa casa na fazenda. Ouvia e gostava mesmo e achava interessante a comunicação, não era só a música, mas também o jeito de trabalhar.
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Rádio foi o primeiro emprego formal como locutor?
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Nylcynho – Não! Não! Eu trabalhei nas fábricas de calçado Serra Azul que meses depois deu surgimento á ABC Calçados, ambas em Anita Garibaldi. Trabalhei com fabricação de sapatos, por 11 anos, até o ano de 2001, onde acabou fechando. Comecei neste trabalho com apenas 9 anos e com 14 anos assinei a minha Carteira de Trabalho profissional pela primeira vez. Como as rádios em Anita Garibaldi não tinham documentação, sempre concilie o rádio como um hobby , iniciando em 1998. Trabalhei ainda em uma estofaria e oficina mecânica, sempre indo pra rádio á noite. Passei a trabalhar só em rádio somente em 2007, quando fui chamado para coordenar a rádio comunitária de Celso Ramos/SC, que na época não estava nada bem com a equipe e audiência naquela cidade. Fio indicado pra lá pelo grande amigo Sebastião Neres de Oliveira – Sebas (In Memoriam). Já com meu primeiro filho pra lá fomos. Fui eu primeiro por três meses, depois esposa e o filhão recém-nascido. Em 2009 a autorização da rádio de Anita Garibaldi foi homologada pelo Governo Federal, e fui chamado pra iniciar os trabalhos de nossa hoje Alegria FM. Tive o prazer de iniciar tudo na Alegria. Desde criação da logo marca, programação, horários, nomes dos programas, estilos, vinhetas e gravações das primeiras chamadas do “caráter experimental”. Isso me emociona muito.
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Da fábrica de sapato, estofaria e oficina mecânica para o rádio, como foi essa transição?
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Nylcynho – O locutor Carmo Amorim, por quem eu tinha muita admiração, passava lá por casa de bicicleta, todo suado (risos) indo pra rádio. E muito me admirava aquela simplicidade toda e fazendo rádio, além de eu estar todo dia enchendo as paciências deles no estúdio, dizendo que o som não estava bom, que tinham mexido onde eu tinha ajustado no dia anterior. Eles negavam, ou mexiam pra ver se eu detectava q qualidade do som. E lá estava eu corrigindo o áudio modulado. Firam me engolindo (risos). Aí em uma transmissão de um desfile cívico de 7 de setembro, deste ano de 1998, eles precisavam de mais gente na equipe, e me chamaram. Ali eu soltava a voz pela primeira vez no microfone e ai vivo, tremendo, suando e muito nervoso, porem, entendendo que não poderia falhar e que seria a minha chance, como de fato foi. Depois disso, passeia fazer parte da equipe na separação de cartinhas dos ouvintes para o locutor tocar as músicas. Ganhei toda a confiança de ligar a rádio de madrugada, de desligar á noite, e até umas falas na programação. Tudo sem ganhar nada, de graça. Por isso de eu ter sempre os outros trabalhos na cidade.
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Quais foram os maiores obstáculos que você enfrentou para se firmar como locutor e se tornar Nylcynho da rádio?
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Nylcynho – Desde criança eu sofria com a gagueira, então foi um desafio e tanto, além do nervosismo de estar ao vivo. Acho que o próprio nervosismos me deixava mais “gago” ainda, mas fui tirando de letra. Pessoas com gagueira possuem o conhecimento sobre o que querem dizer, mas não conseguem realizar o ajuste de tempo e a duração de sons, ocasionando os prolongamentos e repetições de emissões ou pausas na fala a partir de sons de risco. E o falar na rádio me curou disso. Ainda tenho sensações de gagueira até hoje, mas consigo mudar o contexto de uma frase por exemplo, antes que eu trave na fala (risos).
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O locutor de rádio tem uma relação muito próxima com os artistas, como é lidar com isso?
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Nylcynho – Quando eu vou entrevistar alguém do meio artístico, não vou de qualquer jeito. Eu estudo o artista, eu acompanho. Porque, se você for falar com um artista e não saber o que ele fez e está fazendo em sua carreira, é um desrespeito tanto com ele quanto com você mesmo, com a sua própria imagem profissional. Agora, claro, que eu também demonstro alegria. Sempre me lembro que estou trabalhando, não é porque eu tenho uma credencial para estar próximo a eles, que eu vou tietar os famosos. Gostando ou não do artista, é preciso fazer meu trabalho.
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Além do rádio, o que você já fez ou quer fazer no ramo da comunicação?
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Nylcynho– Eu fiz parte das equipes de todas as rádios que entravam no ar em Anita Garibaldi, mesmo sem documentação. Eles me chamavam por eu ter um bom conhecimento em tudo do rádio, desde montagem, até a entrega de conteúdo pelo FM aos ouvintes, e sempre fiz isso com muito amor e empenho. Na Rádio Alegria FM já estou com mais de 14 anos na CLT, por ser uma emissora de rádio comunitária 100% legalizada. Mas nada me impede de realizar outras funções. A exemplo da rádio de celso ramos onde retornei neste período trabalhando de manha em uma FM e a tarde em outra. Recentemente assumi a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Anita Garibaldi, onde pude contribuir ali com meus conhecimentos, por 2 (dois) anos. Hoje ainda atuo na Alegria FM na parte da manhã. Sou o coordenador geral e ainda sou jornalista no Jornal Correio dos Lagos,, também em Anita Garibaldi, porem com uma grande abrangência, circulando em 9 municípios da Região dos Lagos. Então assim: Trabalho nunca faltou. Oque falta muitas vezes é o tempo pra poder dar conta de tudo.
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Como é a reação das pessoas, que já conhecem sua voz, quando te veem pessoalmente nesses espaços?
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Nylcynho – Eu amo o carinho das pessoas por mim, a ponto de ter pessoas que eram meus ouvintes e depois se tornaram grandes amizades. Não pode nem ficar falando qualquer coisa, viu? Às vezes, eu estou ali cobrando alguma coisa e aí chega um ouvinte e diz: “Então fala isso amanhã na rádio, Nylcynho Mota”. E no caso de relacionamentos afetivos, seja de amizade ou amoroso, eu fico pensativo também. Eu penso que se o interesse em mim ou na minha amizade é de verdade ou se é algo platônico, pela admiração que se tem pelo meu trabalho, enfim.
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E quanto às críticas, você já enfrentou alguma referente ao seu trabalho?
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Já e aceito todas também. No rádio, você tem mais pessoas elogiando, só que vai ter quem critique. O importante é ter pé no chão, não se deslumbrar com os elogios e saber aceitar quando alguém não gosta. Eu não sou muito radical, minha palavra de ordem é o respeito. Eu presto muita atenção no que vou dizer, pois quero sempre escutar o outro. Uma vez quando eu disse que torcia para o Grêmio, um ouvinte me disse que eu tinha que torcer para o Internacional, e eu tive que me expressar com todo o respeito ao ouvinte: “Eu torço para o Grêmio, mas admiro e sou apaixonado pelo futebol o Sul”. Então a pessoa entendeu, mas se eu fosse agressivo ou desrespeitoso seria muito ruim.
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Deixe uma mensagem às pessoas, principalmente, às pessoas que se inspiram em você e que têm o interesse de trabalhar com o rádio.
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Nylcynho – Vamos fazer rádio, rádio é uma delícia. Abrem-se muitas portas e é preciso gostar do que faz. Ouvir os outros. Não ficar preso ao seu próprio mundo. Abrir a mente. E estudar é muito importante. Eu já estudei Processos Gerencias e estou concluindo também mais 3 cursos on-line de Jornalismo. Então, se fosse para eu dar um conselho hoje, eu sempre vou dizer para buscar a formação acadêmica. Quando eu comecei no rádio aqui em Anita, o que me auxiliou foi a aula e vontade de aprender sempre mais . Por eu estar sempre com muitas informações para os ouvintes, foi muito melhor ter o Ensino Superior, para fazer as entrevistas, para elaborar os roteiros. Porque para entrevistar o prefeito, um deputado, um senador ou um artista famoso, você tem que se posicionar como um profissional. Então para isso, é preciso ter entendimento, ter estudo. E o estudo também é usado para se checar as informações, para confrontá-las, para saber buscar fontes confiáveis. É preciso se preparar. Além de não se abalar com os “nãos” no início da carreira. A cidade de Anita Garibaldi e a Região dos Lagos também é muito propícia para a comunicação, tem estes veículos de comunicação, a rádio, o jornal, internet, em fim. E boas faculdades á distância, cursos que nos oferecem tantas oportunidades. Então, eu sou um incentivador do estudo. Acho lindo quando a pessoa estuda e me emociono.
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Você tem mostrado isso na prática, pois mesmo com o talento para o rádio desde à infância, nunca deixou de estudar, de se preparar para chegar até aonde chegou. Conte sobre isso.
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Nylcynho – Aqui na Alegria FM, por exemplo, preciso estar muito atento e concentrado, além de estar com a saúde mental boa, pois sempre estou abordando exatamente isso, como se faz para checar uma informação, checar as fontes, pois não é só receber um release ali e publicar sem checar. Então, você só aprende isso estudando. O rádio é uma concessão pública, você não pode brincar com isso, e infelizmente tem gente que faz de qualquer jeito e não pode. Então, a gente que está estudando precisa se impor e defender que é preciso ter responsabilidade. O jornalismo é lindo!
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Pensa em fazer pesquisa, fazer um mestrado, depois um doutorado?
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Nylcynho – Eu tenho vontade! Inclusive já me disseram que eu tenho facilidade para ensinar, para atuar na sala de aula. Mas ainda prefiro o rádio e agora o jornal na versão impressa e digital, onde facilita até nas pautas, pois posso utilizar um mesmo material/notícia aqui ou ali, nos sites que coordeno e redes sociais da rádio e do jornal. Digo que nunca é tarde para estudar, porém mestrado e doutorado, eu me imagino sem tempo para concentrar (risos).